Mãe de menino que denunciou racismo em jogo conta como caso afetou o filho: ‘Não é fácil. Ficam as marcas’

  • 04/11/2025
(Foto: Reprodução)
Mãe de menino que sofreu racismo em jogo do sub-12 fala sobre o acontecimento A mãe do menino de 12 anos que sentou no gramado e informou ao árbitro ter recebido ofensas racistas de uma torcedora durante uma partida de futebol, em outubro deste ano, em Guaratinguetá (SP), contou à Rede Vanguarda como o caso tem afetado o filho. Uma mulher de 41 anos chegou a ser presa por ameaça e injúria racial durante a partida. Ela estava na arquibancada da torcida do Corinthians, foi identificada como autora dos xingamentos por testemunhas e responde em liberdade ao processo que corre em segredo de justiça - leia mais abaixo. A mãe do jogador não foi identificada na entrevista para preservar o menino e também em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente para casos que apuram a possibilidade de um crime contra menores de 18 anos. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp Na entrevista, a mãe falou sobre as marcas que o ocorrido deixou no garoto e como tem feito para ele se reerguer. Segundo ela, a família está orientando o menino e buscou apoio de psicólogos. “Eu falei pra ele: 'você tem que levantar a cabeça, sacudir a poeira. Infelizmente, talvez não seja a última vez que você vai passar por isso, possa ser que aconteça novamente. Então, você tem que ser maduro o suficiente. Se acontecer de novo, você vai levantar a bandeira de novo sim, porque você tá encorajando outras crianças'”, contou. “Não é fácil pra gente. Eu sei que vai passar, mas ficam as marcas. Como família, a gente vai fazer de tudo para deixar ele ser forte, passar com o psicólogo, até mesmo nós, pais, pra saber como que a gente vai lidar com isso”, narrou. “Difícil, né? Todo o impacto, tão jovem, tão criança e ter que aprender dessa forma a lidar com algo que tá tão enraizado”, completou. Em outro trecho da entrevista, a mãe do jogador do Mantiqueira falou sobre a mulher que é investigada pela polícia e que quer que o caso sirva de exemplo, para que outras crianças não passem pelo mesmo que o filho dela passou. “A gente não tem intenção nenhuma de prejudicar a pessoa, sabe? A gente só queria mesmo que isso servisse de exemplo, né? Até mesmo pra ela, que eu tenho certeza que ela tem um filho. Tanto é que eu voltei pra casa no domingo com meu coração dilacerado por ela ter ficado na delegacia, sabe?", afirmou. Como mãe, ela se colocou no lugar da mulher que ficou na delegacia depois do jogo. "Eu sou mãe e eu pensei assim, poxa, o filho dela veio no ônibus do time. Na hora que o filho dela chegar (em casa), que ele perguntar, 'cadê minha mãe'? Como que vão dar notícia pra essa criança? Ele tem 12 anos”, recordou. A defesa da mulher que é investigada não foi localizada. A matéria será atualizada caso ela ou os advogados se manifestem. O time Corinthians foi denunciado pelo Tribunal de Justiça Desportiva, mas o julgamento foi adiado. O time pode ser punido judicialmente pelo ocorrido. Polícia apura caso de racismo em jogo do Sub-12 em Guaratinguetá O caso A torcedora que havia sido presa acusada de racismo contra um menino de 12 anos durante um jogo de futebol, em Guaratinguetá (SP), foi solta pela Justiça em audiência de custódia, no dia 19 de outubro. De acordo com o Tribunal de Justiça, foi concedida a liberdade provisória à mulher, com imposição de medidas cautelares. As medidas que ela deve seguir não foram informadas. Segundo a polícia, a mulher de 41 anos foi presa no dia 19 acusada de racismo contra um menino de 12 anos durante o jogo entre Manthiqueira e Corinthians, pelo Campeonato Paulista da categoria sub-12. A partida foi interrompida após um atleta de 12 anos denunciar ter sido vítima de injúrias raciais e ser chamado de "preto", "sem família" e "filho da p***". Na súmula do jogo, o juiz relatou que o menino sentou-se no campo e afirmou que as ofensas vieram de torcedores do Corinthians. Após a denúncia, os policiais militares que estavam no local foram até a delegacia com a torcedora apontada como autora das ofensas, o companheiro dela e os responsáveis pelo garoto, assim como o gandula, que testemunhou o caso. Torcedora é presa acusada de racismo contra menino de 12 anos em jogo de futebol em Guaratinguetá Goa Sport/Reprodução Todos foram ouvidos e o delegado da Polícia Civil, Fábio Cabett, afirma que a torcedora foi "surpreendida logo após ter praticado o crime", considerando os elementos na súmula e os depoimentos, e determinou a prisão em flagrante dela. No Boletim de Ocorrência, a mulher alegou que "não cometeu o crime em questão e que desavenças anteriores ocorreram em razão de coisas ligadas, digamos, ao futebol". Ela ainda manifestou desejo de processar a mãe do menino por ameaça. A torcedora presa foi indiciada pela prática, indução ou incitação a discriminação, preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena prevista para esse crime varia de um a três anos de reclusão e multa. Depois, em audiência de custódia, a mulher foi solta pela Justiça. Ela deve responder o caso em liberdade. FPF, Manthiqueira e Corinthians lamentam A Federação Paulista de Futebol (FPF), que organiza o campeonato, lamentou o caso na data. “A FPF reforça seu repúdio a todo e qualquer ato racista e reafirma que o Futebol Paulista não tolera a participação de racistas em suas competições. Choca ainda mais o fato de, neste caso, ser um ato contra uma criança que apenas está jogando futebol. A FPF seguirá vigilante e atuante para que nenhuma pessoa, muito menos crianças, sejam alvos de crimes como este”, completou. Nas redes sociais, o Manthiqueira também se manifestou sobre o episódio. “Um dia que, apesar de querermos esquecer, precisará ficar na memória de todos! Racismo não se tolera e só para lembrar: são crianças de 12 anos!”, escreveu o clube. Ao g1, o Sport Club Corinthians Paulista disse que "lamenta profundamente o ocorrido" e que "reforça seu repúdio a qualquer ato discriminatório e acompanha com atenção o desenrolar dos fatos, colocando-se à disposição das autoridades para colaborar no que for necessário". Vale lembrar que, em setembro deste ano, a FPF lançou a campanha “-Ódio +Futebol” e fechou os portões para o público em 144 jogos de competições de base disputadas no estado em virtude do meu comportamento de torcedores nas arquibancadas. Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina

FONTE: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2025/11/04/mae-de-menino-que-denunciou-racismo-em-jogo-fala-sobre-como-caso-afetou-o-filho-nao-e-facil-ficam-as-marcas.ghtml


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